sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A traição… Fui traída pelo nevoeiro…. Quanto mais ando mais me perco…as dores são imensas, os pés estão esfolados… Ainda tenho que andar muito??? Doem-me os membros… Onde estou ao certo??? Floresta, cidade, rio, vila, aldeia, mar, …. ONDE Há momentos que estou de tal maneira cansada que sou obrigada a encostar-me debaixo das nuvens e dormir sobre assunto…Quantas horas, dias, semanas, meses ou anos faltam??? Estou perdida e no meio da confusão, alguém partiu sem se despedir, foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim. Como num baile de Carnaval em que uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado sem glória nem humilhação. Foi uma visão rápida, logo perdida no nevoeiro denso, mas me deu uma certeza profunda de que estávamos salvos porque a terra existia, não era um sonho distante, o mundo não é apenas nevoeiro e há realmente tudo o que há, casas, árvores, pessoas, chão, o bom chão sólido, imóvel, onde se pode deitar, onde se pode dormir seguro e em todo o sossego, onde um homem pode premer o corpo de uma mulher para amá-la com força, com toda sua fúria de prazer e todos os seus sentidos, com apoio no mundo.

1 comentário:

Sónia Miranda disse...

Subscrevo tanto do que escreves!! Tanto mesmo!
bjins**